sábado, 16 de fevereiro de 2013

Carta Póstuma



Caro Amigo,

   Sei que a muito não nos falamos, e aparentemente não voltaremos a faze-lo por um bom tempo, mas ao saber de seu estado resolvi escrever esta carta para você.
   Sabe, é meio engraçado não nos vermos como antigamente, lembra como vivíamos perturbando a todos os que passavam na rua, na época em que jogar futebol e se divertir fazendo isso era só o que importava?
   Pois é, esses tempos passaram, eramos apenas crianças com sonhos além do que conseguimos alcançar, na verdade, eu a propósito não consegui quase nada do que eu pensava, mas ainda vou ter tempo pra conseguir.
   A, desculpa, acho que eu não deveria escrever isso, mas não acredito que você queira que eu demonstre estar melancólico, na verdade a minha vontade era lembrar, só isso.

  Cara, eu me arrependo de muita coisa, mas acima de tudo eu me arrependo de ter me afastado tanto. Nem lembro o porquê. Mas lembro daquela briga que tivemos ( amaldiçoado seja aquele dia, diga-se de passagem ). Cada um foi para o seu lado e nunca mais se falou.

  E quase 4 anos depois, me aparecem com a notícia da sua doença. Como eu reagi? Acho que fiquei arrasado.
  Sei la, não lembrava mais de nossa briga, só lembrava da amizade, do video game, das merdas que falamos. O maldito remorso de não poder mais zoar.

É, não sei se você vai chegar a ler essa carta, não sei se você vai achar algo interessante nela, não sei se você vai achar algo de relevante, não sei nem se você vai me perdoar por aquele evento, mas saiba que eu vou sentir sua falta seu viadinho de merda rs'.

  E que a morte seja o início de uma nova vida, esteja onde estiver, como estiver, espero que esteja bem.

 Descanse em paz brother.  
                                                                                                 
                                                           Ass: Bruno.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Luto por mim mesmo



Tão longe
Mas ainda um verdade quase íntima
Tantos malditos dias
Eu conto cada um deles esperando que acabem
O que significa a vida afinal?
Um mito que se torna realidade aos poucos
Enquanto em mim uma dor desde sempre floresce

Não adianta praguejar aos ventos
Por que a ele, palavras se perdem
Provei da chuva a mais amarga sensação de verdade do mundo
Tantos malditos tentando ditar minha vida
Preparados para apontar até no mais pífio erro
"Prove da culpa criança", eu estou esperando exatamente onde parei

Admiti meu luto por mim mesmo
A casa que criei no limbo é meu túmulo
Nunca é tão longe para voltar até lá
Preparado tão cedo para o fim da rotina tão bem escrita
Um desejo profundo brota aos poucos
Fodam-se todos esses putos porcos imundos que cercam com caras mascaradas

Gritar aos ventos não resolve
Eles são tão mudos quanto o vazio
Mude a si mesmo antes de tentar mudar
E assim eu admito meu luto!