quinta-feira, 26 de julho de 2012

Limbo


Eu cresci num mar irônico de ilusões
Brinquei das coisas mais simples sob o sol
Vem até mim, venha mudar meu sonhos de caos
Esse suspiro de raiva já é uma tormenta até para mim

Entre as flores banhadas pelo orvalho das manhãs
Senta-se uma alma tão atormentada quanto a minha
Um espírito de olhos pálidos como a neve
Seu sorriso como o de um espantalho
Mostram o que ele quer esconder dos outros
Ele vivia um sonho, mas era ilusão
Terra natal, o limbo, para onde ele quer voltar
Mas ainda jás preso neste mundo por algo mais forte

Buscava em montanhas tão altas e frias
Cavei até as profundezas do abismo
Busco revelar o que quero que vejam em meus olhos
Perto do dia, o coração prepara-se para parar de bater
Aos poucos, o vento sul leva o imaterial
Transformando apenas em lembranças o que vagueia livre pela terra

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Ultima palavra de clemência irreal


Sinto que hã mais saída
As forças que guardavam um homem temeroso acabaram
Qual sentimento habita no mundo?
Isso que é amigo? Aquele que abandona?

Sei que fiz muita gente chorar
vejo os rostos castigados de lágrimas sempre
Me pedindo clemência e compreensão
Mas nada se expressa dos olhos do vil carrasco

Não devo falar nem ouvir, a permissão para voar é limitada
não devo me entristecer nem sorrir, pode ser o pecado tocando
O manto de sangue que cercou os anos pede volta
A névoa escassa que anula o choro

Trema de medo ao falar, pois só é o errado
Canse de gritar, ninguém te ouve mesmo
De um palhaço a um tolo
Essa é a nova cartada que apenas o sangue da morte cura

Sem sofrer, olhe para trás e ignore
O que passou passou, e finja que não importa
Com um tímido adeus veja os olhares de raiva
Compreensão é para fracos e isso que me torna eu

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Certezas e incertezas


Se os meus olhos já não querem ver
Mais além do que deixou
Se minha mente me falar
Algo além do que quiser

Eu não vou mais lhe dizer
Pra onde ir ou o que quer fazer

Quanto tempo que os seus erros
Não te ajudam em nada
Nem as marcas, suas certezas
Não me permitam mais voltar

Quando me perguntar onde me achar
Espere em meu abismo, e mesmo assim
Não acredito que vá me salvar

A quanto tempo você mesmo
Não enxerga mais
Com esses cortes de incertezas
Não permitem aceitar

E quando não mais aguentar
E nem meu ódio me sustentar
Por todas as vezes que deixei de ser eu